abril 21, 2011

Eu até nem gosto de futebol...mas hoje sou do Real Madrid (e aquele golo do Ronaldo que até me soube a rebuçados)

abril 19, 2011

os burros, os lerdos e os assim assim

No meu trabalho actual eu atendo ao público. Longe vão os dias de professora e embora me sinta contente por me ver livre de muita coisa que a docência implica a verdade é que de algumas coisas tenho saudades. Aqui no novo trabalho eu "lambo papéis" para que as pessoas que aqui vêm possam tratar de "coisas". Mas às vezes e por mais que eu me esforce, mesmo que eu faça um desenho há pessoas que não entendem o que lhes digo. Às vezes até fico a pensar que tenho algum problema de expressão, que não me consigo fazer entender. Mas, à luz de acontecimentos recentes, compreendo que são algumas pessoas que não me conseguem entender, apesar de eu explicar a mesma coisa várias vezes seguidas. A verdade é que eu não tenho feitio para explicar as coisas naquele tom paternalista que algumas pessoas usam, que mais parece que estão a explicar a uma criança de 3 anos. "Tem de fazer isto e isto, está bem?" com aquela inflexãozinha irritante no fim da frase. Eu trato as pessoas como aquilo que elas são: adultos que (até prova em contrário) são perfeitamente normais. Mas há algumas pessoas que parece que gostam de se fazer de burrinhas. Passo a exemplificar: alguém vem tratar de uma "coisa". Eu explico que para tratar da "coisa" tem de me trazer um papel preto, sem esse papel nada feito, não se pode tratar da "coisa". A pessoa então informa-me que em casa tem um papel cinzento muito escuro e pergunta-me se esse não dá. Eu volto a repetir que tem de ser o papel preto, o cinzento escuro não serve para tratar da "coisa". A pessoa acena afirmativamente com a cabeça. Dias depois volta com os papéis que eu lhe pedi e claro, no meio vem o tal papel cinzento muito escuro que a pessoa pensa que eu não vou ver e portanto deixar passar como se fosse o papel preto. Enfim, depois de batalhar na questão de que o papel preto (não o cinzento muito escuro) é essencial para tratar da "coisa" lá consigo ter tudo para resolver a situação. E afinal o que é que se ganhou com isto? Nada, rigorosamente nada! A pessoa ficou mais chateada porque teve de voltar mais vezes, porque o seu estratagema de trazer o papel cinzento escuro não resultou e porque no fim de contas acabou por perder muito mais tempo. E eu fico stressada por ter de andar sempre a repetir o mesmo e a obrigar as pessoas a andar para trás e para a frente até me trazerem o papel da côr que eu peço e não o da côr parecida. Se pedem demasiados papéis para tratar de quase todas as "coisas" que precisamos? Pedem! Mas eu (e outros milhares como eu) que me limito a estar atrás de um balcão a cumprir com as normas que me dão, não posso fazer nadinha. Querem um conselho? Quando precisarem de tratar de qualquer "coisa" levem logo o papel certo, vão ver que é tudo muito mais fácil!

abril 15, 2011

Afición y mala educación Eu sou aficionada (e não tenho vergonha de o admitir aqui na blogosfera) mas nem sempre foi assim.Em miúda não achava particular graça mas tudo mudou da primeira vez que assisti a uma corrida ao vivo.A partir desse dia tornei-me numa aficionada de coração.Posso não conhecer todos os cavaleiros, nem saber quais são as melhores ganadarias e não tenho conhecimentos para poder avaliar ao pormenor uma lide, mas sei quando estou a ver uma boa corrida, uma má ou uma assim assim.As touradas (como outras coisas na vida)despertam paixões e ódios.Já houve tempos em que apenas os grupos anti-tourada se mobilizavam, nesse tempo os aficionados passavam descansadamente ao lado dos protestos por considerarem que as touradas eram assim uma espécie de direito adquirido em que ninguém podia tocar e que estariam nas nossas vidas ad aeternum.Quando a proibição das corridas foi aprovada na Catalunha parece que se fez luz e finalmente a afición portuguesa percebeu que se não protegerem as corridas alguém pode vir a retirá-las da nossa cultura e depois só nos iria restar lamentar-nos como se lamentam agora os catalães.Eu compreendo que haja que não goste das corridas, quem proteste, vivemos (ainda) num país livre onde cada um pode dar a sua opinião.Livres para opinar não para insultar.De cada vez que leio alguma notícia sobre corridas de touros há sempre comentários de antis que nem chegam a ser opiniões,não passam de meros insultos.O jornal Público anunciou uma sondagem realizada onde 89% dos inquiridos são favoráveis à realização de corridas de touros.Ai que grande blasfémia cometeram os senhores deste jornal de vir dizer uma coisa dessas para a praça pública.Na página do facebook a notícia já tem mais de 400 comentários.Há comentários de antis e de prós, mas sinceramente (e sem querer puxar a brasa à "minha" sardinha)não percebo porque é que a maioria dos antis só são capazes de proferir insultos.Se querem fazer valer a vossa opinião não é com falta de educação que vão conseguir.Afirmam que a sondagem publicada foi encomendada(de certeza que se dissesse que 89% dos portugueses eram contra já achavam que era verdadeira),depois seguem-se elogios aos pró-tourada como: otários, merdas, cobardes, tristes, falhados, chamam vacas a algumas das mulheres que deixam comentários a favor das corridas e por aí afora vão, tratando assim desta forma educada e cordial todos aqueles que não são da sua opinião. Ora eu posso bem com pessoas que discordem de mim o que eu não aturo é gente mal educada!Ah, e já agora, por favor parem de comparar as corridas aos circos romanos onde se matava gente ou à escravatura, sinceramente esse vosso argumento onde comparam seres humanos a animais (sejam eles quais forem) parece-me um pouco parvo.Para rematar só quero dizer que me recuso a comentar estas notícias porque não tenho pachorra para peixeiradas.E mais, não me considero uma otária, uma merda, uma cobarde, uma triste, uma falhada e muito menos uma vaca e por isso acho que as pessoas que se dirigem nestes termos a outras que não conhecem não merecem a minha consideração.Querem ser anti-touradas?Tudo bem!Força aí na vossa luta!Eu para além de pró-tourada sou também anti-falta de educação e até sou gaja para fundar um movimento com direito a manifs e tudo!