abril 27, 2007

Ontem um amigo disse-me que já há muito tempo eu não escrevia nada no meu blog. Eu respondi-lhe que andava sem inspiração e sobretudo me faltava o tema. Ora, nem de propósito, hoje logo pela manhã quando me preparava para mais um dia, ouvi lá longe a televisão a noticiar uns disparates sobre um tal PNR. Parece que os senhores querem fazer uma manifestação na próxima 3ª feira, mas não pediram ainda autorização ao Governo Civil, porque segundo eles não precisam de autorização de ninguém para se manifestarem. Ora estas pessoas, como todos sabem, são militantes de extrema direita, com ligações aos grupos Skinheads portugueses. Segundo eles o país está muito mal por culpa dos imigrantes. Cá para mim eles têm é inveja de alguns estrangeiros que vivem em Portugal. Até já estou a imaginar as conversas que eles têm: "Então pá, tás com um ar tão triste, tão abatido,o que é que se passa?", "olha a minha namorada trocou-me por outro. É um africano musculado de 1,90m. Diz ela que ele tem uma pilinha maior que a minha!! Caraças pá não gosto de africanos!". Nisto aparece mais um "rapadinho" também com um ar macambúzio, e os amigos perguntam-lhe:"Então tá tudo bem? Tás com má cara!","Olha a minha namorada deixou-me!", "Também tu pá, não me digas que foste trocado por um africano? ", "Não, ela deixou-me por um ucraniano. Diz que ele é mais alto, mais bonito, mais simpático, mais inteligente e mais educado!!AH e também diz que ele tem uma pilinha maior que a minha!Oh pá tava capaz de dar um tau-tau nesse ucraniano malvado!"
E pronto, bem vistas as coisas, o problema destes rapazes se calhar são as pilinhas e não os imigrantes. Aliás já olharam bem para as cabeças deles, não vos faz lembrar um daqueles ícones da cerâmica portuguesa fabricada nas Caldas da Rainha!!
Portugal realmente está a atravessar um momento menos bom. Mas a culpa disso é dos 11milhões de portugueses e não de meia dúzia de imigrantes. Lamento muito dizer isto, mas Portugal é um país de mandriões. Senão vejamos alguns exemplos. Há algum tempo atrás ouvi duas peças noticiosas que me deixaram boquiaberta. Numa delas era referido um estudo estatístico que concluía que mais de 50% (penso que a percentagem andava à volta deste valor)das ofertas de emprego apresentadas a desempregados pelos Centros de Emprego eram recusadas. Noutra notícia, um pouco mais antiga relatava-se o caso de um empresário do norte do país, dono de uma fábrica de calçado, que não conseguia fazer  frente às 
encomendas que lhe iam surgindo porque não conseguia arranjar pessoal para trabalhar na sua fábrica. 
A reportagem apresentava a imagem completamente surreal
de um pavilhão cheio de máquinas e vazio de gente.
Portugal está a tornar-se um país de subsídiodependentes.
Eu não sou contra subsídios, acho que o estado pode e deve ajudar quem precisa,
mas essa selecção de quem precisa e não precisa deve ser feita 
de forma cuidadosa. 
Não se pode andar por aí a dar subsídios como rebuçados.
A mensagem que passa é que não é preciso trabalhar porque "Há sempre um subsídio desconhecido à sua espera!".
O trabalho ideal do português é das 9h às 5h, pelo menos hora e meia de almoço, com muitas pontes e bastantes baixas fraudulentas para ir ficando uns dias em casa. Assim não há país que aguente! E depois os amiguinhos do PNR admiram-se que os imigrantes continuem a vir para Portugal. Eles trabalham em muitos locais onde portugueses se recusam a trabalhar. 
Eles estão a ter o mesmo papel que os portugueses 
tiveram em França durante a década de 60 quando faziam aqueles trabalhos
que os franceses não queriam.
Portugal tem de começar a dar menos subsídios e mais incentivos à formação,
mostrar aos milhares de jovens que deambulam pelas ruas das cidades
que sem trabalho nada se consegue nesta vida.
Por isso eu concordo plenamente com as novas regras de atribuição
do subsídio de desemprego.
Chega de recusas dos desempregados que preferem estar em casa a receber
meses a fio o subsídio, em vez de contribuirem de forma útil para o país onde vivem. Todos nós conhecemos histórias de desempregados 
que perante entrevistas de emprego dizem sem 
qualquer pudor que preferem ficar em casa a receber do que ir trabalhar.
Vamos começar mas é a ter vergonha na cara,
levantar o rabo do sofá e trabalhar que só faz é bem à saúde!!
Voltando aos nossos compatriotas do PNR e afins, que foram afinal os desencadeadores deste meu desabafo, eu tive uma ideia que me parece bastante boa. Ora sigam o meu raciocínio: este amiguinhos são doidos por Portugal, adoram!! Os Açores também são parte integrante de Portugal. Nos Açores existem muitas ilhas. Dessas ilhas todas, muitas estão tristes porque não têm pessoas, só têm calhaus e cócó de gaivota. Ora mais calhau menos calhau, pegava-se nestes amiguinhos da extrema direita e eles iam povoar estas ilhas, quais pioneiros dos descobrimentos! Assim como assim eles já têm as cabeças preparadas para enfrentar os ataques das gaivotas, se uma se descuidar as cabeças são todas de fácil limpeza. Aliás eu desconfio que é por isso que eles 
rapam o cabelo, deve ser algum tipo de trauma em relação a poias de passarinho.
É que a caca de passarinho é um problema no cabelo, sem cabelo não há problema.
Sinceramente eu acho que estes nossos compatriotas se deviam preocupar menos com a caca de passarinho que lhes pode cair na cabeça e preocuparem-se mais com a caca de passarinho que têm dentro da cabeça!!
Ah e já agora....
FASCISMO NUNCA MAIS! 25 DE ABRIL SEMPRE!